Patrulha em KOLO

Ei pessoal!!! Olha nós aí "travês". Hoje estivemos em KOLO, um conjunto de 4 vilas, sendo a principal em cima de uma colina. No total, quase 1400 habitantes. Não existem casas de alvenaria, só TUCUS (tipo ocas de índios na Amazônia), tampouco luz elétrica ou água encanada. O objetivo foi atualizar dados básicos das condições de vida por lá, como água potável (não tem), escolas, doenças, etc. Com isso, a ONU pode fiscalizar o que de fato as ONGs estão fazendo por aqui. A ajuda humanitária é muitíssimo lenta... Talvez esse seja o principal motivo do descrédito do povo sudanês nas ações da ONU e suas agências (UNICEF, World Food Program, etc). As crianças são crianças em todo os lugares. Aqui, quando tiramos fotos, elas pedem para "se verem" na tela da máquina fotográfica!!! Os maiores até falam bem inglês! Melhor do que eu (Hirsss...).O senhor que está ao meu lado, em uma das fotos, é o líder da comunidade (tipo prefeito). Onde vemos homens, não vemos mulheres. As mulheres somem quando chegávamos aos locais. Não podem ser vistas por estranhos. Cada homem tem cerca de 5 mulheres. Os "filhos homens" permanecem com eles para o trabalho no campo. As "filhas mulheres" são vendidas. Com o dinheiro, compram gado, ovelhas, etc. O Homem precisa trabalhar para comprar a sua primeira mulher. Cada homem tem mais ou menos 25 filhos/filhas... Êta o "Dedéu Mossoró" aqui por estas bandas... Quanto mais mulheres, sinal de riqueza e prosperidade... O ponto positivo ficou por conta do HOSPITAL ALEMÃO, o U N I C O em um raio de 150 km, no meio das montanhas. Os doentes têm que andar a pé, montanha acima, por quase 15 ou 20 km para serem atendidos. Durante o deslocamento, víamos mulheres carregando os seus filhos. Elas pediam carona, mas a ONU não permite o transporte de civis e não comissionados na organização... É difícil dizer o que sinto ao ver isso. Imaginem... Em frente!!!